Para fechar o ciclo de ‘letras soltas III’ e abrir o de ‘acólitos visitam xutos’, escrevo aqui agora uma letra que apenas me faz reflectir sobre a existência pessoal e o relacionamento com os outros. Eu sei que sou anti-social e que não sou grande exemplo por esse facto, mas hão-de haver mais seres a vivenciar estas experiências.
O dia de hoje
É melhor que o de ontem
O de ontem foi péssimo
Hoje vivo
Não me deixem morrer
Serei eu aquilo que quero?
Fazes o que te apetece
É-me igual
Tudo mal
Não quero nem sequer saber
Mas ninguém se esquece
Do que deitaste a perder
Serei eu aquilo que quero?
Agora já só vejo o espelho
Eu estou lá
Tu és má
Não consegues ver que espero
Por alguém a quem me assemelho
Talvez seja eu quem eu quero
Palpita o coração quando estás aqui
Na verdade és igual a mim
Somos todos iguais
Vivendo no mesmo mundo
Desfruto de cada segundo
Nenhum deles é a mais
É, sou mesmo assim
Foi contigo que o aprendi
Serei eu aquilo que quero?
Serei eu aquilo que quero?
Serei eu aquilo que quero?
Aquilo que quero eu serei!
Amanhã é outro dia
Será melhor que o de hoje?
Deixem-me vivê-lo!
Partilhá-lo comigo próprio.
Como é de reparar, esta letra não apela nem de longe à partilha do ser até porque, ou isso não acontece, ou quando acontece leva a que as pessoas se magoem mutuamente. Este ciclo fecha com um defeito horrível. Mas o que sei é que não sou eu que julgo que os amigos não têm liberdade própria. Não a julgo, porque também sei que tenho defeitos. Apenas deixo a suspeição no ar…
(18-08-2009)
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